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JBS (JBSS3) entrega trimestre sólido, mas XP vê ausência de catalisadores

JBS

Foto: Divulgação JBS

A JBS divulgou os resultados do 3º trimestre de 2025, apresentando um desempenho considerado “decente” pelos analistas da XP Investimentos, mas ainda marcado por incertezas operacionais e pela ausência de motores claros de valorização para o curto prazo. Embora a receita e a maior parte das margens tenham vindo em linha com o esperado, o grande ponto negativo do período foi o fluxo de caixa livre (FCF), que voltou a decepcionar em meio ao consumo de capital de giro.

O relatório, assinado por Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak, destaca que, apesar de o cenário doméstico ainda ser favorável, a tendência global dos preços, especialmente no frango, pode indicar os primeiros sinais de enfraquecimento da demanda. Para 2026, a XP já adota postura mais conservadora.

O que mostram os números do 3T25

A JBS reportou uma Receita Líquida de R$ 123,1 bilhões no 3T25, praticamente em linha com as expectativas do mercado e 11% acima do mesmo período do ano anterior, além de mostrar avanço de 3% em relação ao trimestre imediatamente anterior. O Lucro Bruto alcançou R$ 16,2 bilhões, ficando 4% abaixo das projeções, com uma margem bruta de 13,2%, cerca de 50 pontos-base aquém do estimado.

Já o EBITDA ajustado somou R$ 10 bilhões, ligeiramente acima do previsto, refletindo uma margem de 8,1%, marginalmente superior ao esperado pelos analistas. No resultado final, o Lucro Líquido atingiu R$ 3,5 bilhões, superando as estimativas em 10% e sustentando uma margem líquida de 2,9%, desempenho que ficou 27 pontos-base acima das projeções.

O que diz a XP sobre cada operação

EBITDA ajustado: margem de -0,6% (+40 bps vs estimado)
A XP destaca que a demanda nos EUA surpreendeu positivamente até o início do 4T, mas já mostra sinais de enfraquecimento. A limitação estrutural na oferta de gado deve seguir pressionando custos até 2026.

Margem de 10,2% (+132 bps vs esperado)
Único segmento com performance realmente acima da expectativa. A margem voltou à faixa histórica, mas a XP alerta: com a carne bovina cara, o suíno ganhou espaço, mas essa vantagem pode desaparecer rapidamente.

Margem de 10,4% (em linha)
O desempenho foi sustentado pela demanda dos EUA e pela operação de bovinos, apesar da tendência de alta nos preços do gado australiano.

Margem de 7,4% (-92 bps vs estimado)
A XP indica que a melhora do consumo interno, somada ao bom ritmo das exportações, ajudou o segmento a entregar um trimestre positivo, mesmo com gado mais caro.

Margem de 13,7% (-50 bps vs estimado)
Mesmo sob impacto de restrições de exportação para UE e China no trimestre, a unidade deve ter surpresas positivas no 4T, segundo a XP.

A XP apenas reforça que os resultados da PPC, divulgados previamente, complementam o quadro operacional do grupo.

Apesar de o desempenho operacional ter sido consistente e de vários segmentos terem surpreendido positivamente, a XP reforça que o FCF abaixo do esperado, somado aos riscos de revisão de lucros e à ausência de catalisadores de curto prazo, limita a possibilidade de uma reprecificação mais acelerada das ações. Para a casa, o cenário segue construtivo no curto prazo, mas o ciclo pode perder força em 2026 — fator crucial para investidores que acompanham atentamente a trajetória da JBS.

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