O Ibovespa não conseguiu escapar do ritmo lento da emenda de feriado e terminou a sexta-feira, 22, em queda, pressionado principalmente por MBRF (MBRF3), Minerva (BEEF3) e Cemig (CMIG4) — em um pregão de baixa liquidez que confirmou a semana inteira no negativo, a primeira desde julho.
O índice encerrou o dia em baixa de 0,39%, aos 154.770 pontos, um ajuste de pouco mais de 600 pontos. Com isso, a semana acumulou queda de 1,88%, marcando a primeira semana totalmente negativa desde julho, quando todos os cinco pregões ficaram no vermelho.
A sessão também foi marcada por volatilidade moderada, em meio aos resquícios do feriado da Consciência Negra, que esvaziou o fluxo e reduziu o apetite por risco. No acumulado do mês, a Bolsa ainda avança, embora em ritmo mais contido.
No campo corporativo, as maiores quedas foram de MBRF (MBRF3), Minerva (BEEF3) e Cemig (CMIG4). No lado positivo, Pão de Açúcar, Smart Fit e Embraer tentaram amenizar a pressão, mas sem força suficiente.
Entre as blue chips, Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3; PETR4) recuaram, enquanto o setor financeiro — puxado por Banco do Brasil (BBAS3) e Bradesco (BBDC3; BBDC4) — reforçou o sinal negativo.
O Itaú BBA destacou que o Ibovespa ainda trabalha em tendência de alta no curto prazo, mas testando suportes importantes. O índice segue próximo da primeira resistência, em torno dos 158 mil pontos.
No lado da baixa, o teste da região dos 156.300 mostrou alguma resiliência. Porém, segundo o banco, caso o Ibovespa perca a faixa de 155.800 pontos, pode haver espaço para uma realização mais intensa, com suportes próximos a 150 mil pontos.
Ainda assim, a equipe lembra que muitos índices permanecem próximos das máximas dos últimos 12 meses, reforçando um movimento mais amplo de recuperação em diversos setores.
O alerta dos analistas
Thiago Duarte, analista da Axi, chamou atenção para paralelos históricos importantes. Segundo ele, períodos de otimismo prolongado sempre pedem cautela. “A história serve de alerta: o bull market de 2016–2018 também começou embalado por otimismo com reformas e liquidez global, mas perdeu força assim que o cansaço fiscal reapareceu”, afirmou.
Dólar, DIs e o impacto do “tarifaço”
O câmbio acompanhou o mau humor: o dólar comercial subiu 1,18%, a R$ 5,401. Os juros futuros encerraram a sessão de forma mista.
O tema dominante do dia foi a retirada da tarifa de 40% aplicada pelos EUA sobre 249 produtos agropecuários brasileiros, movimento considerado positivo pelo governo.
Para Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, a decisão ajuda a reduzir custos e trazer competitividade. “Esses produtos passam a entrar no mercado americano sem a taxação extra, o que alivia custos, melhora margens e devolve competitividade ao Brasil”, afirmou.
Última cotação do Ibovespa
O iovespa fechou a sessão da última quarta (19) em baixa de 0,73%, aos 155.380,66 pontos.
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