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Guaidó diz que troca de governo na Venezuela favorecerá China e Rússia

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Juan Guaidó não descarta intervenção militar dos EUA na Venezuela

O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, afirmou que a mudança de governo no país favoreceria as nações que são as maiores credoras venezuelanas: Rússia e China. A fala foi dita em entrevista à agência “Reuters”, na quinta-feira (31).

Juan Guaidó declarou que as nações aliadas de Nicolás Maduro, Rússia e China, o acusam de instaurar um golpe de Estado. Assim, o presidente autodeclarado da Venezuela tenta abrir diálogo com as nações.

“O que mais interessa à Rússia e à China é a estabilidade do país”, opinou Guaidó. “Maduro não protege a Venezuela, não protege os investimentos de ninguém, e ele não é bom para esses países”, completou.

Apesar de ainda não controlar as funções do Estado, o presidente autodeclarado também projetou que o governo venezuelano será “responsável” com seus credores e detentores de bônus.

Na véspera, quando a entrevista foi concedida, agentes da polícia especial venezuelana apareceram em busca da esposa de Juan Guaidó, segundo a “Reuters”.

O episódio é um exemplo da crescente pressão que o presidente venezuelano Nicolás Maduro está fazendo sobre a oposição.

Durante a entrevista, o presidente autodeclarado disse que “não tem nenhum medo” da possibilidade de ser preso.

Na terça-feira (29), a Suprema Corte da Venezuela aprovou a abertura de uma investigação preliminar sobre suas ações.

Guaidó foi proibido de sair do país, e teve suas contas bancárias congeladas.

Saiba mais – Governo dos EUA pode impor sanções ao petróleo da Venezuela 

Petroleira estatal PDVSA

Juan Guaidó anunciou que está avaliando como assumirá o controle da Citgo, em entrevista à agência “Reuters”. A Citgo é a unidade norte-americana da petroleira estatal PDVSA, e também é o maior ativo da Venezuela no exterior.

A avaliação ocorre após o governo do presidente norte-americano, Donald Trump, tentar utilizar a companhia na tentativa de acelerar a deposição de Maduro.

Guaidó, em conjunto com o governo dos EUA, está tentando nomear um novo conselho para a Citgo.

Em acréscimo, o presidente autodeclarado também adiantou que caso venha assumir de fato a presidência, a PDVSA permanecerá sobre o controle do Estado. Guaidó afirmou que a principal prioridade do governo será a recuperação na produção do setor de petróleo.

“Estamos aqui para fornecer certeza para a economia, para a sociedade e na política”, disse Guaidó.

Saiba mais – Brasil reconhece Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela 

Juan Guaidó

Deputado pelo Partido Vontade Popular, Guaidó é o líder da Assembleia Nacional da Venezuela. Em 23 de janeiro de 2019, declarou-se presidente da Venezuela, e iniciou uma crise presidencial no País.

Na prática, a autodeclaração de Guaidó, enquanto líder do Parlamento, assume que o órgão julga como “juridicamente ineficaz” a Presidência exercida por Nicolás Maduro.

Segundo a agência “EFE”, os atos do Poder Executivo venezuelano ficam anulados.

Mandante do Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV), Nicolás Maduro assumiu como presidente da Venezuela em 10 de janeiro.

Com a autodeclaração de Guaidó, as portas abrem-se para que funcionários, policiais e integrantes das Forças Armadas possuam respaldo legal para desobedecer o regime de Maduro.

Confira abaixo os países que reconheceram Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela:

Grande parte dos países que reconheceram a Presidência de Guaidó são do Grupo de Lima.

O grupo foi formado em agosto de 2017, quando 12 países (Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai e Peru) assinaram a Declaração de Lima.

Na declaração, o grupo alinhou a posição acerca da “crítica” situação na Venezuela. O posicionamento condena as práticas de “falta de eleições livres”, “ruptura da ordem democrática na Venezuela” e os “presos políticos”.

Confira abaixo as nações que apoiam a permanência de Nicolás Maduro no controle do Estado:

Nesta sexta-feira (1), completam-se dez dias desde que Guaidó declarou-se presidente interino da Venezuela.

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