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GPA (PCAR3) dispara e lidera altas no Ibovespa; um ponto da reforma tributária impulsionou as ações

Após aprovação da reforma tributária, Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) fica entre maiores altas no Ibovespa

Grupo Pão de Açúcar (PCAR3). Foto: Divulgação.

As ações do Grupo Pão de Açúcar, o GPA (PCAR3) subiram 9,44% nesta sexta-feira (7), liderando as maiores altas do Ibovespa. O desempenho da varejista também foi acompanhado por outros players do setor como Carrefour (CRFB3), ganhos de 6%, e Assaí (ASAI3), elevação de 1,83%. Os ativos de empresas que comandam supermercados foram beneficiados pela aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados – em especial por causa de um ponto do projeto, o que trata de zerar a alíquota de imposto sobre a cesta básica.

Nesta semana, as ações do GPA já registraram ganhos expressivos, após a notícia de que o bilionário colombiano Jaime Gilinsky fazer, na semana passada, uma oferta pelo Éxito, estaria no Brasil.

Após alta de 9,44% na semana, as ações do Pão de Açúcar ficaram fixadas em R$ 22,02.

Cotação PCAR3

Gráfico gerado em: 07/07/2023
1 Ano

No entanto, hoje a subida do GPA na Bolsa foi mesmo motivada pela reforma tributária. É que o relator da reforma na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), concordou em zerar as alíquotas para alguns itens da cesta básica.

Na versão anterior do relatório do projeto sobre a reforma, a cesta básica seria onerada em 50% da alíquota padrão do imposto único sobre consumo, definida posteriormente por lei complementar. Com isso, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) havia apresentado um estudo segundo o qual o fim da isenção de tributos federais sobre a cesta básica encareceria os itens em 59,83% em média.

Mas essa tributação mudou com a tramitação do texto no Congresso, até a aprovação do texto-base no Congresso.

Cesta básica: Abras elabora lista de 38 produtos que podem ter isenção

A Abras elaborou uma lista com produtos que a entidade acredita que deveriam compor a cesta básica nacional. Segundo a instituição, a seleção foi feita com base no consumo médio em todo o país.

A lista sugerida pela Abras tem 38 itens e inclui desde produtos como carnes (sem especificar os cortes), ovos e leite, até itens de higiene pessoal e limpeza que hoje não integram a cesta, como creme dental, absorvente higiênico, detergente, sabão em pó e água sanitária.

Confira abaixo a lista completa elaborada pela entidade:

Proteínas
Carne bovina
Carne de frango
Carne suína
Peixes
Ovos

Farinhas e massas
Farinha de trigo
Farinha de mandioca
Farinha de milho
Massas alimentícias
Pão francês

Laticínios
Leite UHT
Leite em pó
logurte
Leite fermentado
Queijos
Soro de leite
Manteiga

Cereais e leguminosas
Arroz
Feijão
Trigo

Outros
Café
Açúcar
Óleo de soja
Óleo vegetal
Margarina

FLV
Frutas
Verduras
Legumes

Higiene pessoal
Sabonete
Papel Higiênico
Creme dental
Fralda descartável
Absorvente higiênico
Produtos de higiene bucal

Limpeza
Detergente
Sabão em pó
Sabão em barra
Água sanitária

A definição dos produtos isentos será feita por meio de Lei Complementar.

Atualmente, cada estado define a redução ou isenção de ICMS sobre os produtos. A entidade defendia uma cesta básica nacional isenta de tributação em todo o país A solicitação atendida no novo texto do relator Aguinaldo Ribeiro.

A lei complementar criará a chamada “cesta básica nacional de alimentos”, que valerá para todo o território nacional. As mudanças constam da versão final do relatório, lida há pouco no Plenário da Câmara.

O autor do texto inicial da proposta, deputado Baleia Rossi (MDB-SP), concordou com a medida. Para ele, isentar os produtos da cesta básica é uma forma de promover justiça fiscal. já que os mais pobres pagam mais impostos proporcionalmente em relação aos mais ricos.

Na segunda-feira, durante a instalação da Câmara Temática de Assuntos Econômicos do Conselhão, o secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, prometeu a apresentação de cálculos que comprovem que a cesta básica não será onerada.

No início da semana, Ribeiro disse que diversos empresários, principalmente de setores de cadeia produtiva curta, que serão afetados pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), têm feito lobby nos últimos dias contra a reforma tributária. “Não fui procurado por nenhum consumidor. Pelos setores, empresas, todo mundo que tem condição de ser fazer lobby na Casa [na Câmara dos Deputados], aí sim, somos procurados de manhã, de tarde e de noite”, declarou.

Reforma Tributária: saiba os principais pontos da PEC aprovada na Câmara

A versão final do relatório da reforma tributária foi aprovada em plenário da Câmara em dois turnos. O texto atendeu em parte os pleitos estaduais, incluiu demandas de setores como agronegócio e ampliou a lista de setores que terão regime diferenciado.

O texto aprovado reduz a alíquota dos regimes favorecidos em 60% da alíquota padrão. Na prática, haverá uma carga tributária correspondente a 40% da padrão, que ainda será definida, mas é estimada em 25%.

A reforma tributária cria o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que substituirá o ICMS estadual e o ISS municipal, e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que ficará no lugar de tributos federais, como o PIS e a Cofins.

A proposta também cria um Imposto Seletivo que compensará o fim do IPI e servirá para desestimular o uso de produtos que fazem mal à saúde e ao meio ambiente. O princípio da reforma é deslocar a cobrança do imposto da origem (onde a mercadoria é produzida) para o destino (onde é consumida).

Ibovespa fecha em alta; GPA é destaque

O Ibovespa encerrou a sessão de hoje (7) em alta de 1,25%, aos 118.897,99 pontos. A máxima do dia foi de 119.548,71 pontos, enquanto a mínima tinha sido de 117.426,95 pontos. Na semana, o índice registrou ganhos de 0,69%. O volume financeiro deste pregão foi de R$ 24,2 bilhões.

Maiores altas da semana

Maiores quedas da semana

GPA é incluído em lista de ‘venda em massa’ do Casino

Na última semana, o grupo francês Casino, que é o principal acionista do GPA (PCAR3), divulgou uma atualização sobre suas decisões estratégicas e incluiu a rede de supermercados como uma possível empresa que integrará a venda de ativos.

As vendas do Casino devem somar 200 milhões de euros, podendo incluir o GPA, e Éxito. Além disso, o Casino quer aumentar sua liquidez, levantando uma cifra de 900 milhões de euros até 2025.

(Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)

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