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Saiba por que as ações da Embraer (EMBR3) podem cair até 30%, segundo JPMorgan

Embraer (EMBR3): recorde de valor de mercado. Foto: Divulgação

Embraer (EMBR3). Foto: Divulgação

As ações da Embraer (EMBR3) encerraram a última semana com forte desvalorização. Desde o fechamento do pregão em 8 de julho, os papéis acumulam queda de cerca de 10%, reflexo direto da tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos. O movimento ocorre após o anúncio do governo norte-americano de que passará a cobrar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.

Em novo relatório divulgado nesta segunda-feira (14), o JPMorgan alertou para o risco de novas perdas, afirmando que, caso o imposto seja integralmente implementado, o preço das ações EMBR3 pode recuar até 30% adicionais em relação ao patamar atual. A estimativa é baseada em uma análise dos impactos da tarifa sobre a rentabilidade da companhia.

Por que as ações da Embraer estão caindo?

As ações da Embraer estão operando em forte queda nos últimos dias, visto que a companhia é uma das empresas mais afetadas pela tarifa anunciada pelos Estados Unidos. De acordo com um relatório divulgado pela XP, cerca de 60% do faturamento da Embraer vem da América do Norte. É justamente esta dependência que reforça as preocupações dos investidores.

Segundo o JPMorgan, o mercado já precificou parte do impacto da tarifa no valor atual das ações EMBR3. O banco estima que o preço atual, por volta de US$ 53,92 por ADR (equivalente a R$ 74,30 por ação na B3), considera um efeito de tarifa implícita de 20%. Ainda assim, caso o imposto de 50% seja aplicado na totalidade, o impacto sobre os lucros pode ser ainda mais severo.

“Extrapolando o impacto de uma tarifa de 10% para 50%, estimamos um obstáculo de US$ 338 milhões, o que representaria uma redução de cerca de 41% no Ebit anualizado”, afirmam os analistas do banco.

Projeções para EMBR3 com tarifa de Trump

De acordo com o relatório, uma queda adicional de 30% seria necessária para que as ações da Embraer refletissem integralmente o impacto financeiro das tarifas. O banco considera que uma tarifa de 50% sobre as exportações pode levar clientes norte-americanos a rever contratos, adiar pedidos ou até cancelar entregas, reduzindo as receitas da companhia.

Além disso, o JPMorgan aponta que a proximidade da divulgação dos resultados do segundo trimestre, marcada para o dia 5 de agosto, pode aumentar a volatilidade no curto prazo, especialmente se houver revisões ligadas à demanda ou aos contratos da Azul.

O banco também destaca uma divergência entre investidores estrangeiros e locais. Enquanto os gestores internacionais ainda acreditam na possibilidade de um recuo ou flexibilização das tarifas, os investidores brasileiros demonstram mais cautela, ajustando posições com base no cenário mais conservador.

Apesar do ambiente desafiador, o JPMorgan mantém recomendação de exposição acima da média (overweight) para investir em Embraer, com preço-alvo de R$ 93 para EMBR3.

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