O dólar fechou em alta de 0,25% nesta terça-feira (20), a R$ 5,669, revertendo uma tendência de desvalorização para a moeda norte-americana, vista especialmente após o rebaixamento do rating de crédito dos Estados Unidos pela agência Moody’s, anunciado na sexta-feira (16), após o fechamento dos mercados.
O dólar até chegou a abrir em leve baixa no mercado local, mas trocou de sinal ainda na primeira hora de negócios, passando a operar com sinal positivo no restante do pregão e chegando à máxima de R$ 5,6801 à tarde. No mês, a divisa recua 0,13%. No ano, as perdas em relação ao real são de 8,27%.
Operadores atribuem a mudança de tendência a ajustes de posições de investidores, em dia de pouco apetite ao risco e depreciação de divisas emergentes mais ligadas a commodities.
Para o chefe da mesa de câmbio da EQI Investimentos, Alexandre Viotto, o mercado ainda está tentando digerir o rebaixamento do rating dos EUA pela Moody’s. “Nos episódios de rebaixamento por outras agências, geralmente os investidores saíram de ativos americanos em um primeiro momento, mas voltaram logo em seguida porque os preços ficaram atraentes”.
Dólar em queda frente a moedas mais fortes
Se voltou e voltou a se valorizar diante de moedas de países em desenvolvimento, o dólar voltou a recuar na comparação com moedas fortes. O índice DXY — que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, em especial euro e iene — flertou com o rompimento do piso dos 100,000 pontos ao longo do dia, com mínima aos 100,050 pontos.
A cautela dos investidores antes das negociações comerciais com o Japão, marcada para esta semana em Washington, também contribui para a fraqueza da moeda norte-americana. O iene japonês mantém trajetória de valorização frente ao dólar, com ganhos em cinco dos últimos seis pregões.
No caso do euro, o fortalecimento da moeda frente ao dólar tem sido impulsionado por declarações da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, que enxerga a valorização do euro como “uma oportunidade e não uma ameaça”.
Com Estadão Conteúdo