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Dólar tem queda forte e fecha a R$ 5,66 após Copom e acordo entre EUA e Reino Unido

Dólar cotação do dólar estados unidos

Foto: Pixabay

O dólar reverteu a tendência de alta que vinha desde a virada do mês e fechou em forte queda, de 1,46%, a R$ 5,6613, na mínima do dia. Na semana, a moeda norte-americana ainda acumula valorização de 0,11%, mas passou a recuar 0,27% no total de maio. A moeda voltou a apresentar queda de mais de 8% no ano.

Especialistas apontam que o dia foi marcado por forte apetite por ativos de risco, incluindo divisas emergentes, diante de sinais promissores de arrefecimento da guerra comercial. Além de os EUA anunciarem um acordo sobre tarifas com o Reino Unido, houve novos acenos do presidente norte-americano, Donald Trump, à China.

Também contribuiu a reação positiva do mercado à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar a Selic em meio ponto percentual, para 14,75%, e acenar com a manutenção de política monetária restritiva por período prolongado.

A arrancada do real reflete tanto um desmonte de posições defensivas construídas nos últimos dias na expectativa pela superquarta, com decisão de política monetária aqui e nos EUA, quanto o aumento da atratividade do carry trade. Operadores relatam também entrada de recursos para o Ibovespa em sessão de alta de cerca de 3% dos preços do petróleo.

Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY subiu mais de 1% e superou a linha dos 100,000 pontos, reduzindo as perdas no ano para a casa de 7%. As taxas dos Treasuries avançaram em bloco, com o retorno da T-note de 2 anos tocando 3,90% na máxima.

Dólar e juros: impactos da decisão do Fed

O economista-chefe da Equador investimentos, Eduardo Velho, observa que o acordo comercial entre Estados Unidos e Reino Unido diminui as tensões comerciais e mitiga os riscos de recessão nos EUA. Ao mesmo tempo, a medida fortalece o dólar em relação a divisas fortes e dá fôlego aos ativos de risco, como bolsas e moedas emergentes.

“Após a imposição de tarifas por Trump, o dólar perdeu sua atratividade como reserva de valor e investidores passaram a demandar outras moedas fortes e ouro. O acordo hoje entre EUA e Reino Unido reduziu a aversão ao risco, alterando essa dinâmica”, afirma Velho. Ele acrescenta que a postura cautelosa do Federal Reserve, que na quarta manteve a taxa de juros inalterada, também favoreceu a recuperação do Dollar Index.

No fim da manhã, Donald Trump anunciou que havia chegado a um entendimento com o Reino Unido e que está “muito perto de novos acordos comerciais com outros países”. O presidente norte-americano também disse que deve ter conversas “substanciais” com os chineses neste fim de semana e que as tarifas à China, hoje em 145%, devem diminuir.

À tarde, o representante comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês), Jamieson Greer, afirmou que o país pode anunciar “ao longo do mês, ou talvez até ainda nesta semana”, novos acordos comerciais bilaterais. Greer também confirmou que viajará para a Suíça neste fim de semana para dar início às negociações tarifárias com a China.

Com Estadão Conteúdo

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