Direcional (DIRR3) entrou no radar com duas frentes que interessam ao investidor: a administração sinalizou que pretende distribuir “todas as reservas de lucros” antes da nova tributação de dividendos e, do lado operacional, vê aceleração de vendas no 4º tri puxada pela Riva e por MCMV — combinação que leva o Itaú BBA a reiterar recomendação de compra e preço-alvo de R$ 19,70 para o fim de 2026. As mensagens vieram após um NDR com o CFO Paulo Sousa e o RI André Damião, no Rio, e ajudam a explicar o otimismo do banco para o papel.
Vendas, margens e expansão: o que o BBA viu no campo
“As vendas devem acelerar no 4º tri”, escreveram os analistas após a conversa com a administração, destacando a recuperação em setembro e a perspectiva de pico em novembro com esforço de marketing.
A Riva, braço de média renda, lidera o ritmo com DIRR3 reportando velocidade de vendas de 27%, enquanto o estoque de baixa renda roda a 25%. A gestão também vê margem bruta “forte à frente”, sobretudo via Riva e com suporte do MCMV Faixa 4 (maior acessibilidade).
No mapa de expansão, 4T25 deve trazer lançamentos robustos e 2026 amplia o alcance regional. BH, Manaus e Brasília seguem maduros e rentáveis; São Paulo é competitivo, mas oferece alto retorno com plano diretor favorável e novas parcerias; Nordeste e Rio ainda “atrás”, porém com potencial — no NE, a parceria com a Moura Dubeux (MDNE) ajuda em originação de terrenos e conhecimento local.
Dividendos e projeções para DIRR3
“O CFO espera fortalecimento do fluxo de caixa operacional nos próximos trimestres”, com avanço das obras do programa Pode Entrar e recebimentos em Manaus após a cessão de recebíveis com a CEF.
Além disso, a venda do remanescente de 5% da Riva para a Riza, por R$ 151 milhões, reforça a liquidez e viabiliza a estratégia de antecipar dividendos — “distribuir todas as reservas de lucros antes da nova tributação”, diz o relatório. Para 2026, o BBA projeta FCF apoiando desalavancagem e solidez de balanço.
Preço-alvo, múltiplos e o que observar
Com a ação a R$ 16,02 no fechamento de referência do estudo, o Itaú BBA enxerga upside de 23% até R$ 19,70 (YE26), com a tese ancorada em vendas mais fortes no 4º tri, margens sustentadas pela Riva e gatilho potencial de dividendos antes da mudança tributária. “Mantemos Outperform”, reforça o time.
No curto prazo, pontos-chave: aprovação de isenção de IR para renda até R$ 5 mil (que pode ampliar a base do MCMV Faixas 2–3), velocidade de vendas de outubro/novembro, cronograma de recebíveis em Manaus e execução dos lançamentos do 4T25.
“O fluxo de caixa operacional deve se fortalecer nos próximos trimestres, e a venda da fatia remanescente da Riva deve permitir à Direcional antecipar dividendos, consumindo todas as reservas antes da tributação”, destaca o Itaú BBA sobre DIRR3.
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