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Conselho da Nissan não chega a acordo para substituir Carlos Ghosn

Ghosn

Carlos Ghosn sai da prisão pela segunda vez após pagamento de fiança

 

O conselho de administração da Nissan não conseguiu eleger um novo presidente para substituir Carlos Ghosn.

O conselho da Nissan deveria apontar um nome para substituir Carlos Ghosn, detido no Japão desde 19 de novembro por fraude fiscal.

“O conselho aponta a continuação das discussões” do comitê de três membros encarregado de propor um nome “e reafirmou seus esforços para informar plenamente seus sócios da aliança, Renault e Mitsubishi Motors”, informou a Nissan em um comunicado publicado nesta segunda-feira (17).

A empresa japonesa tinha convocado o conselho de administração com o objetivo de nomear um substituto para Ghosn.

O presidente da aliança Renault-Nissan está preso há cerca de um mês. E essa situação está criando as primeiras fricções entre as duas empresas.

Saiba mais: Nissan é acusada e Ghosn tem indiciamento por fraude oficializado 

A montadora japonesa também acusada no caso de fraude fiscal como pessoa jurídica, recebeu uma carta da empresa francesa com o pedido de convocação de uma assembleia geral de acionistas o mais rápido possível.

O diretor geral da Renault, Thierry Bolloré, considera que a “acusação cria riscos importantes para a Renault, como principal acionista da Nissan, e para a estabilidade de nossa aliança industrial”.

A aliança entre Renault e Nissan é o maior produtor automobilístico mundial, incluindo também outras empresas como a Mitsubishi Motors.

A Renault, que salvou a Nissan da falência, possui 43,4% da montadora japonesa. Por sua parte, a montadora nipônica detém 15% da empresa francesa, mas sem direito a voto. Um desequilíbrio que gerou rancores ao longo dos anos.

Entenda o caso Ghosn

A prisão de Ghosn revelou todas as dificuldades de governança da aliança. O executivo brasileiro está sendo processado por ter ocultado das autoridades da Bolsa Japonesa quase 5 bilhões de ienes de seus rendimentos durante cinco anos, de 2010 a 2015.

O executivo brasileiro é suspeito de ter realizado a mesma irregularidade entre 2015 e 2018 por um valor de 4 bilhões de ienes.

A Nissan também acusa o executivo de usar ilicitamente residências de luxo pagas pela empresa em várias cidades. Uma delas, no Rio de Janeiro, foi alvo de processo. A montadora japonesa suspeita que a família de Carlos Ghosn pode ter em sua posse documentos importantes.

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