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Centrão não aprova escolha para relator da reforma da Previdência

Relator da reforma da Previdência estuda retirar aumento de CSLL da Bolsa

Relator da reforma da Previdência estuda retirar aumento de CSLL da Bolsa

O chamado Centrão não ficou satisfeito com a escolha do relator da reforma da Previdência. O deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) foi escolhido pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para fazer o parecer da PEC na Comissão Especial.

A decisão não agradou os partidos de centro, que consideraram que Maia sacrificou a própria legenda em favor do PSDB. Como presidente da comissão que vai analisar a reforma da Previdência, o líder da Câmara escolheu Marcelo Ramos (PR-AM).

Em busca de seus objetivos políticos, membros do centrão ameaçam travar algumas pautas na Câmara. São elas:

Saiba Mais: Previdência: previsão de economia sobe para R$ 1,23 tri com dados divulgados

Ramos contava com apoio de deputados na disputa pela presidência da comissão. E a líder do governo, Joice Hasselmann (PSL-SP) acredita que as escolhas feitas por Maia vão facilitar um diálogo e a tramitação sobre a reforma.

O mercado também viu com bons olhos os escolhidos para relator e presidente. Após a definição dos nomes, o Ibovespa fechou em alta de 1,59%. Já o dólar deu uma trégua na alta após bater R$4.

Comissão Especial

A Comissão Especial foi instalada na quinta-feira (25) e terá 49 membros titulares. Destes, 46 já foram indicados. O número de deputados suplentes é o mesmo. Para a reforma da Previdência ser aprovada na comissão, são necessários 25 votos, no mínimo. Os deputados terão até 40 sessões para decidir sobre a PEC.

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Na Comissão Especial, o mérito da proposta será avaliado. É nesta fase que os deputados apresentam as alterações e acréscimos ao projeto original do governo. As mudanças são propostas por meio de emendas, que precisam ser aprovadas em votação na comissão.

Pontos como a definição de idade mínima, tempo de contribuição, regras de transição e os benefícios assistenciais serão avaliados e podem ser alterados pelos parlamentares. É a Comissão Especial que vai definir também se o sistema da aposentadoria muda de repartição para capitalização.

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Revisão da economia

Na quinta, a previsão da economia com a aprovação da reforma da Previdência foi revisada de R$ 1,16 trilhão para R$ 1,23 trilhão. As informações foram divulgadas pelo governo com a liberação dos dados que estavam sob sigilo.

Os valores consideram que a reforma da Previdência seja aprovada sem muitas alterações no texto enviado pelo governo. A previsão da economia é para os próximos dez anos. O valor revisado é 15% maior do que os primeiros números divulgados, quando a PEC foi levada ao Congresso.

De acordo com os dados oficiais, o impacto da mudança na aposentadoria rural será de R$ 92,4 bilhões e a urbana, de R$ 743,9 bilhões nos próximos 10 anos.

BPC e aposentadoria rural

As mudanças no Benefício da Prestação Continuada (BPC) e na aposentadoria rural, se aprovadas, serão responsáveis por uma economia de R$ 127,2 bilhões em 10 anos.

O BPC e a aposentadoria rural são os dois principais pontos de resistência dos deputados na reforma da Previdência. Parlamentares já declararam oposição às mudanças nos benefícios.

Se o BCP e a aposentadoria rural forem retirados da reforma da Previdência, a economia total cairá de R$ 1,23 trilhão para R$ 1,10 trilhão. Paulo Guedes, ministro da Economia defende que o piso de R$ 1 trilhão é necessário para implementar o regime de capitalização.

Nesse modelo, o trabalhador poupa recursos para custear seu próprio benefício futuramente. No sistema atual, o de repartição, o contribuinte paga pela aposentadoria de quem não está mais ativo. A mudança no sistema da aposentadoria é uma das bandeiras de Guedes desde a campanha eleitoral de Bolsonaro.

Próximos passos da tramitação

A  partir de agora, a tramitação da reforma da Previdência na Câmara ocorre da seguinte forma:

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