O Banco Master voltou ao centro das atenções do mercado nesta segunda-feira (17) ao anunciar sua venda para a Fictor Holding Financeira, que lidera um consórcio de investidores dos Emirados Árabes Unidos. A operação, que inclui a saída completa de Daniel Vorcaro do controle, prevê um aporte imediato de R$ 3 bilhões e ainda depende da aprovação do Banco Central e do Cade. Para o investidor, o movimento reacende a discussão sobre o futuro de uma instituição que passou meses sob forte escrutínio regulatório.
A estratégia da Fictor para virar a página
A Fictor pretende redesenhar totalmente o destino do banco, com um plano que começa pela capitalização robusta e passa pela troca do comando assim que as aprovações forem concedidas. O grupo destacou que a entrada no sistema financeiro brasileiro será marcada por foco em governança, solidez e expansão da oferta de crédito. O Master, por sua vez, separou operações como Willbank e o Banco Master de Investimentos, que seguem negociações próprias, o que evidencia uma reorganização completa do grupo.
A venda é vista internamente como o encerramento de um período difícil. Vorcaro classificou a transação como a etapa que permite ao Master superar turbulências recentes, enquanto a Fictor fala em retomada, reposicionamento e construção de um novo ciclo.
Relembre o caso e o papel do Cade
O episódio mais recente envolvendo o banco foi a tentativa de venda ao BRB, quando o Cade aprovou a operação, mas o Banco Central barrou a transação por questões prudenciais e de governança. A divergência entre os órgãos expôs a pressão sob a qual o Master vinha operando. Nesse intervalo, o banco reforçou capital, vendeu ativos relevantes e buscou alternativas para cumprir exigências regulatórias — um movimento que culmina agora na entrada da Fictor com um cheque maior e uma reestruturação integral do controle.
O que importa para o investidor neste momento
Para quem acompanha o setor financeiro, o foco passa a estar na capacidade da Fictor de entregar o reposicionamento prometido. O aporte bilionário tende a aliviar pressões de capital, mas o mercado quer ver como a governança será redesenhada, quem assumirá o comando e qual será a estratégia comercial do novo banco. Ainda há um longo caminho regulatório pela frente, e o ritmo de aprovação do BC e do Cade deve determinar quando as mudanças efetivamente começam a produzir efeito.
Enquanto isso, o investidor observa como a reconfiguração do Banco Master pode reposicionar a instituição no mercado de crédito e qual será seu papel dentro da estratégia mais ampla da Fictor no sistema bancário brasileiro.
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