O Banco do Brasil (BBAS3) divulgou na noite desta quinta-feira (14) o balanço do segundo trimestre de 2025. O lucro líquido ajustado foi de R$ 3,8 bilhões, queda de 60,2% ante o 2T24 e de 48,7% na comparação trimestral. As projeções de analistas consultados indicavam lucro entre R$ 4,64 bilhões e R$ 5 bilhões.
O desempenho mais fraco já era esperado por casas de análise, que apontavam o Banco do Brasil como o provável pior resultado entre os grandes bancos no trimestre. A mensagem da administração reforçou a agenda de ajuste em 2025 e manutenção de investimentos estruturantes.
“O ano de 2025 é de ajuste para aceleração do crescimento. Projetamos lucro entre R$ 21 e 25 bilhões e seguimos com investimentos estruturantes para geração de riqueza aos nossos acionistas, oferecendo a melhor experiência e soluções mais adequadas aos nossos clientes. Isso passa pelo relacionamento pautado pela proximidade, pelo uso intensivo de tecnologia e capacitação permanente dos nossos funcionários”, disse a presidente do banco, Tarciana Medeiros.
Outros indicadores do Banco do Brasil (BBAS3)
A rentabilidade foi um dos destaques negativos. O ROE caiu 1.316 pontos-base em 12 meses e 823 pontos-base no trimestre, para 8,4%. A projeção mais conservadora entre as casas consultadas estimava 10,2%.
A carteira de crédito ampliada somou R$ 1,294 trilhão, alta de 11,2% em 12 meses e de 1,3% no trimestre. O avanço veio de pessoa jurídica, com crescimento de 14,7% para R$ 468 bilhões, pessoa física com 8% para R$ 342,6 bilhões e agronegócio com 8% para R$ 404,9 bilhões.
A margem financeira bruta alcançou R$ 25,1 bilhões, queda anual de 1,9% e alta trimestral de 4,9%. A margem com o mercado foi de R$ 2,8 bilhões, recuo de 51% em 12 meses. A margem com clientes subiu 12% na mesma base, para R$ 22,3 bilhões.
Aumento da inadimplência
A taxa de inadimplência acima de 90 dias atingiu 4,21% no 2T25, ante 3,00% no 2T24 e 3,86% no 1T25. O índice para atrasos acima de 30 dias ficou em 5,92%, contra 5,53% no trimestre anterior.
Por segmento, a inadimplência de pessoa física encerrou junho em 5,59%, frente a 4,81% há 12 meses. Em pessoa jurídica, o índice foi de 4,18%, ante 3,38% um ano antes.
No agronegócio, o Banco do Brasil (BBAS3) reportou inadimplência chegou a 3,49%, partindo de 1,32% no 2T24 e de 3,04% em março de 2025. O setor tem registrado aumento de atrasos e de pedidos de recuperação judicial, movimento citado por analistas como foco de atenção adicional para a carteira do banco.