Com ações no centro das estratégias para 2026, o BB Investimentos revisitou os principais movimentos de 2025 para traçar as perspectivas do novo ciclo econômico. Em análise, o BB-BI avalia que o ambiente externo tende a ser mais favorável aos ativos de risco, mas alerta que disciplina e diversificação serão essenciais na construção das carteiras.
“O ano de 2025 foi marcado por grandes movimentações nos mercados financeiros, com destaque para a Inteligência Artificial, criptomoedas, ouro, renda fixa e bolsa brasileira”, afirma a equipe de estratégia do BB Investimentos.
No cenário externo, a expectativa é de um corte de juros global sincronizado, sem crise econômica e com atividade resiliente. Esse ambiente costuma beneficiar os mercados de ações, mas o relatório chama atenção para o aumento da dívida pública. Segundo projeções do FMI citadas pelo BB-BI, os países do G7 devem atingir dívida equivalente a 126% do PIB em 2026.
Ações e inteligência artificial seguem no foco
A inteligência artificial permanece como um dos principais motores de crescimento dos mercados de ações em todo o mundo. Em 2025, o índice S&P 500 acumulou valorização próxima de 16% até dezembro, impulsionado principalmente pelas empresas de tecnologia.
Para 2026, o BB-BI avalia que o desafio passa a ser a monetização desses investimentos. “As empresas têm investido fortemente em infraestrutura de IA, mas o retorno financeiro ainda avança em ritmo mais lento do que os gastos com capital”, aponta o relatório.
A análise também alerta para o risco de concentração. Embora as chamadas “7 Magníficas” tenham liderado os ganhos, outros setores como financeiro, industrial e saúde tendem a ganhar relevância, ampliando as oportunidades dentro do universo de ações.
Energia, saúde e ativos alternativos
A crescente demanda por energia, impulsionada por data centers e aplicações de inteligência artificial, reforça a atratividade do setor. Saúde e longevidade também aparecem como tendências estruturais, apoiadas pelo envelhecimento da população e pela inovação tecnológica.
Entre os ativos alternativos, o BB-BI recomenda cautela com criptomoedas, diante da elevada volatilidade. Já o ouro, que subiu quase 60% em 2025, segue como proteção em cenários de juros reais mais baixos e dólar mais fraco.
Brasil entra em 2026 com atenção redobrada
No cenário doméstico, 2026 tende a ser positivo, mas com maior volatilidade por causa das eleições. A renda fixa segue atrativa, enquanto a bolsa brasileira pode continuar se beneficiando do ciclo de queda dos juros.
“As projeções para o Ibovespa em 2026 variam entre 180 mil e 200 mil pontos”, destaca o BB-BI. A estimativa do banco é de que o índice encerre o próximo ano em 186 mil pontos, com potencial de retorno próximo a 16%.
No fechamento, o BB-BI recomenda uma carteira diversificada, com viés positivo para títulos atrelados à inflação e prefixados e postura neutra para bolsa brasileira, bolsa americana e multimercados, reforçando que a escolha de ações em 2026 deve considerar riscos políticos, cenário macroeconômico e o novo ciclo de juros.
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