O 5G já já estreou em Brasília, mas com algumas ‘voltas ao passado’ nesta quarta-feira (6). A tecnologia promete velocidades até 20 vezes superiores ao 4G, com consumo mais rápido de vídeos, jogos e ambientes de realidade virtual.
A cobertura do 5G, porém, ainda é parcial. Alguns locais na região central da cidade ainda não tinham acesso ao novo serviço, por não estarem dentro das áreas das antenas já acionadas.
Segundo o Ministério das Comunicações, essa limitação tende a ser eliminada à medida que as empresas de telefonia acionem mais antenas.
A Anatel informou que o serviço deve estar disponível em 80% da capital federal, principalmente na região do Plano Piloto, onde ficam a Esplanada dos Ministérios, o Congresso, Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto.
Porém, em testes feitos pela reportagem, mesmo essa região ainda está com cobertura limitada e com ampla oscilação entre as redes 4G e 5G.
O sinal mais forte alcançado pela reportagem ao circular por esses pontos, na rede da Claro, foi na Praça dos Três Poderes, onde a velocidade de download atingiu 343,3 Mbps – e estava quase dez vezes mais rápida do que na rede 4G.
O 5G também ficou ativo na Esplanada dos Ministérios e na entrada do Congresso Nacional. Já nos arredores do Palácio do Planalto, no Salão Verde – por onde passam os deputados na Câmara -, no Supremo Tribunal Federal (STF) e no estádio Mané Garrincha, a rede 5G não funcionou.
O ministro das Comunicações, Fábio Faria, disse que não houve problema ou ocorrência com nenhuma operadora. “Está tudo funcionando perfeitamente, sem nenhuma interferência.
O que existe é que ainda não temos a cobertura na capital inteira. Tem operadoras cobrindo 50% (de sua área total de serviço), outras cobrindo 40%. Isso representa três vezes mais do que era obrigação para esse ano.”
A estreia do 5G na capital federal despertou o interesse dos consumidores por aparelhos compatíveis com essa tecnologia – são mais de 60 modelos.
“Muita gente veio perguntar, querendo saber mais sobre como funciona”, disse Carlos Alberto Souza, vendedor de celulares em um shopping na região central de Brasília.
“Hoje de manhã, vendi mais aparelhos desse tipo, uns 50% a mais do que num dia normal.” Na loja, os celulares com 5G custavam a partir de R$ 1.999.
Ironicamente, a rede 5G não estava funcionando dentro da loja. “Parece que aqui no shopping não está pegando direito.”
Projeto-piloto do 5G
O 5G foi ativado ontem em Brasília pelas operadoras Vivo (VIVT3), TIM (TIMS3) e Claro.
A cidade virou uma espécie de projeto-piloto, com equipes da Anatel trabalhando para que as frequências de transmissão não sofressem interferências.
“Também testamos se haveria interferência em alguma emissora ou no Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), por exemplo, e não houve nada”, afirmou o ministro Fábio Faria.
“Estamos fazendo esse monitoramento e estou recebendo essas informações das operadoras e da Anatel. Não tem área de sombra, nada disso. Se não está pegando, é porque não tem cobertura ainda naquele local.”
Além do aparelho celular e computadores, a conexão 5G poderá ser usada em dispositivos domésticos e deve influenciar no lançamento de novos aparelhos conectados. Depois de Brasília, as próximas capitais a receberem o sinal serão São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e João Pessoa, mas ainda sem data definida.
Com Estadão Conteúdo
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