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Radar do Mercado: EZTec (EZTC3) – venda de torre em cenário imobiliário promissor

A EZTec Empreendimentos e Participações comunicou ao mercado ontem (21) que a Garicema Empreendimentos Imobiliários, sociedade controlada pela EZ TEC, firmou, na mesma data, documentos vinculantes, comprometendo-se a vender a Torre B ao EZTB Fundo de Investimento Imobiliário, fundo este integrante do grupo econômico da Brookfield, pelo valor de R$ 650.382.478,00.

De acordo com o comunicado, a Garicema recebeu, ainda ontem, a título de sinal, o valor de R$ 15.000.000,00 e receberá da EZTB e por meio de uma operação estruturada, até o dia 05 de outubro de 2017, o valor à vista de R$ 635.382.478,00, corrigido pelo CDI a partir de 18 de setembro de 2017 até a data do efetivo pagamento.

A EZTec finalizou informando que a consumação da operação prevista nos documentos vinculantes da operação está sujeita à verificação da liberação, pela Garicema, de ônus constantes na matrícula da Torre B, e da finalização, pelo EZTB, da operação estruturada acima mencionada.

 

Com 38 anos de história, a EZTEC é uma das empresas com maior lucratividade entre as empresas de capital aberto do setor de incorporação e construção no Brasil, além de integrar o Novo Mercado da Bovespa.

Em relação à notícia da venda da Torre B do complexo EZ Towers para a Brookfield por R$ 650 milhões – ou R$ 13,8 mil/metro quadrado – entendemos ser esta uma transação que visa o fortalecimento de caixa da EZTec neste momento desafiador que se encontra a economia, principalmente para o setor imobiliário.

O projeto EZ Towers é o maior e mais importante empreendimento na história da empresa, e fica situado na Avenida Chucri Zaidan, zona Sul de São Paulo, área que faz parte da Operação de Intervenção Urbana Água Espraiada e já faz parte do novo vetor de crescimento empresarial da cidade. Nos próximos anos, a região será beneficiada com a construção de novas pontes, túneis e linhas de metrô, através do modelo de parceria público privada.

Cabe lembrar que a Torre A do mesmo empreendimento, que ainda estava em construção, foi vendida para a São Carlos por R$ 564 milhões.

Entendemos que a EZTec, apesar dos desafios setoriais, é sem dúvidas a melhor empresa do segmento, e os seus números refletem bem essa opinião.

De acordo com seus dados, a construtora obteve receita líquida de R$106 milhões no segundo trimestre deste ano, que resultou em um lucro líquido de R$22 milhões, com uma margem líquida de 21%.

Apesar de melhores resultados de receita líquida e EBITDA em relação ao primeiro trimestre do ano, que cresceram 9,2% e 36%, o seu lucro líquido no trimestre ficou R$ 10 milhões menor que o período anterior, o que representa uma queda de 31%, o que reflete bem a dificuldade que o setor de venda de construção e incorporação vem enfrentando nos últimos anos.

Muitos fatores nos fazem acreditar num cenário mais favorável para o setor de atuação da EZTEC no médio prazo, muito por conta da queda da taxa de juros básica da economia, diminuição do desemprego e a inflação mais controlada.

Contudo, apesar de com a venda do imóvel referenciado acima poder significar uma melhora na posição de caixa da companhia que pode ser traduzido em maiores dividendos a seus acionistas, entendemos, neste momento, que suas ações (EZTC3) – que já sofreram uma valorização de pouco mais de 57% no período de um ano – se encontram a um preço que não fornece uma margem de segurança satisfatória, e por isso preferimos seguir de fora, apesar da companhia já ter feito parte de nossa carteira Suno Dividendos num momento em que se encontrava mais “barata”.

Ainda em relação ao setor imobiliário, é interessante destacar que, no dia anterior ao anuncio da venda do imóvel da Eztec, a Even e a Yuny Incorporadora anunciaram que venderam uma torre corporativa que é parte do empreendimento multiuso Urbanity, empreendimento mixed-use lançado no 4º trimestre de 2013.

De acordo com a Even, a torre totaliza 25.394 m2 de área privativa e tem previsão de habitese para o mês de dezembro do corrente ano, e sua participação no empreendimento é de 50%.

O comprador – um fundo de private equity ainda não identificado – teria pago R$ 204,5 milhões, sendo R$ 75 milhões à vista e o restante em 30 dias.

Cada um dos vendedores tinha 50% do ativo, que tem previsão de habite-se para dezembro deste ano.

A Even é uma construtora e incorporadora com foco em empreendimentos residenciais com valor unitário acima de R$ 250 mil e que está presente, prioritária e estrategicamente, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

Tudo indica que, com as atuais quedas de juros propostas pelo Banco Central, aliados a uma melhora gradual da economia e consequentemente aumento na geração de empregos, o setor de construção e incorporação tende a apresentar significativas melhores no médio prazo, e o mercado parece estar visualizando a situação também desta maneira.

As recentes transações imobiliárias referenciadas acimas demonstram isso. Seguimos aguardando por janelas de oportunidades que possam vir a surgir para indicarmos novamente alguma empresa do setor.

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