Como ficarão os dividendos da Petrobras (PETR4) com o novo governo?

Com as mudanças políticas, a insegurança sobre a estatal aumentam.

Uma das principais características da Petrobrás no mercado é o pagamento de dividendos, todavia, com a mudança de governo os investidores estão apreensivos.

Para dimensionar isso, em 2022, o dividend yield, porcentagem distribuída aos acionistas, da Petrobras foi de 75% em 12 meses. Ou seja, R$16 por unidade de ação da empresa.

Dessa forma, a Petrobras chegou ao posto de maior pagadora de dividendos, em 2022, no mundo. Porém, especialistas apontam que a tendência é de um cenário diferente para o próximo ano.

Segundo a JP Morgan, uma das principais instituições financeiras do mundo, a tendência é que o pagamento de dividendos da Petrobras seja 54% menor em 2023, na comparação com 22.

Petrobras em 2023

Entre os argumentos da empresa, se destaca a mudança de governo que o Brasil passará no próximo ano, com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumindo a presidência do país a partir de 1 de janeiro.

Conforme a JP Morgan, a possibilidade de interferência dentro da multinacional aumenta com o novo governo, especialmente pelas declarações de Lula ao longo das eleições.

Entre os diversos motivos, o fato de Lula e sua base confiarem que a interferência do Estado na empresa é boa esteja entre os principais.

Por que a Petrobras pode reduzir os dividendos?

Além disso, a linha política do novo governo é de que os lucros da Petrobras devem ser utilizados em novos investimentos, deixando o pagamento de proventos em segundo plano.

Tal contexto de instabilidade já causa efeitos diretos na Petrobras. Entre as eleições e o fim de 2022, a multinacional viu o valor de suas ações despencar, perdendo R$145 bilhões em valor de mercado.

Outra questão que está impactando no desempenho da Petrobras é a possível mudança nas “Lei das Estatais”.

Lei das Estatais

Em suma, esta é uma lei criada para reduzir a interferência do Estado nas estatais, especialmente no contexto de indicações para cargos dentro das empresas.

Porém, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou uma mudança na lei, em que o governo pode indicar profissionais a atuarem nas estatais.

Ainda que falte a aprovação do Senado e do Presidente da República, esta mudança também já está impactando no desempenho que as estatais brasileiras tiveram neste final de 2022.

Por tudo isso, há uma insegurança acerca da Petrobrás e, não distante, dos pagamentos de dividendos realizados pela empresa no próximo ano.