E-commerce

Shopee e Amazon (AMZO34) colocam pé no freio: qual a tendência do e-commerce agora?

Suno Notícias

30 de setembro, 2022

A Shopee e a Amazon decidiram colocar o pé no freio em algumas regiões, despertando dúvidas nos investidores sobre qual será a tendência do e-commerce daqui para frente.

A Shopee, sediada em Singapura, está demitindo funcionários e fechando operações na América Latina. A Amazon decidiu adiar investimentos em logística na América do Norte.

Segundo Rafael Fonseca, CFO da Bresco Investimento, a redução de áreas de logística das grandes empresas internacionais é passageira.

Em sua visão, as gigantes globais devem retomar a tendência de crescimento nos próximos meses.

"A grande razão é que são companhias abertas que precisam prestar contas para o investidor e reduzir custos, mas é algo de curto prazo, uma emergência", disse.

A boa notícia, segundo o porta-voz da Guardian Gestora, Gustavo Asdourian, é que esta desaceleração não está ocorrendo no Brasil.

"Demanda o mercado tem. A questão é pontual e não é no Brasil, pois o mercado aqui está crescendo ainda e demandando investimentos em logística para e-commerce", afirmou.

Embora a Shopee tenha fechado operações na América Latina, sua presença no Brasil foi mantida.

Para o head de e-commerce da NielsenIQ, Marcelo Osanai, isso ocorre porque a empresa está utilizando sellers (vendedores) nacionais em sua operação brasileira, o que garantiu resultados mais fortes no país.

"No começo, a Shopee trabalhava no Brasil com sellers internacionais, produtos mais baratos e simples. Com o tempo, eles mudaram a estratégia e conseguiram sellers locais, e isso garantiu resultados mais positivos."

Depois da forte aceleração do e-commerce durante a pandemia, o setor continua a evoluir, segundo o porta-voz da Nielsen.

No primeiro semestre de 2022, o e-commerce cresceu 6% no Brasil em comparação com o mesmo período do ano passado. "Isso é sinal de que não é uma bolha", afirma.

Segundo ele, as categorias que tendem a se destacar no futuro são as "não tradicionais", como alimentos e bebidas. Outros setores com boas perspectivas são higiene, beleza, moda e acessórios.

Apesar da demanda forte do lado do consumo, o desafio neste mercado é a forte competição entre as empresas - incluindo as players nacionais.

"Apesar de não haver uma bolha de consumo, o mercado pode ser muito complexo para quem está operando."