Veja como o empresário ainda pode 'melar' a venda da Oi Móvel em benefício de suas empresas

Nelson Tanure

Desde 1986, quando se tornou acionista do estaleiro Emaq, o empresário Nelson Tanure acumula uma vasta história de interesse em empresas à beira da falência, como é o caso da Oi (OIBR3).

 

Repórter: Pedro Caramuru

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Recentemente, o empresário ficou sob os holofotes do noticiário corporativo brasileiro por causa da tentativa de melar a venda da Oi  às rivais Tim (TIMS3), Vivo Telefônica (VIVT3) e Claro.

Segundo apuração do jornal O Globo, Tanure tem atuado para atrapalhar a venda da Oi às concorrentes porque a Copel Telecom e Sercomtel – empresas controladas por ele – têm interesse em fazer uma proposta alternativa, mas não conseguem cobrir o lance atual de R$ 16,5 bilhões.

Por isso, a melhor saída encontrada por Tanure seria a pressão nos órgãos reguladores para suspender o aval à venda da Oi, ou, pelo menos, atrasar o suficiente para que expire o prazo de recuperação judicial

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta quarta-feira (9), com restrições, a venda dos ativos móveis para as concorrentes TIM, Vivo e Claro.

Mesmo com a aprovação, ainda há o risco de a negociação não ir para frente porque, dependendo dos remédios escolhidos, a Tim, Vivo e Claro podem desistir da compra

Além da disputa com as concorrentes da Oi, o empresário também se envolveu recentemente em uma briga com os acionistas minoritários do Centro de Imagem Diagnósticos, sob o nome Alliar (AALR3).

Entre os argumentos, o grupo minoritário questiona a tentativa de alienação de controle da companhia por Tanure sem uma oferta pública de ações, conforme ditaria o regramento das empresas listadas no segmento de Novo Mercado da B3 (B3SA3).

Além da Oi, Tanure já foi acionista do estaleiro Emaq, da construtora Gafisa, da petroleira HRT, atual PetroRio (PRIO3), e do jornal Gazeta Mercantil, todas empresas em situação falimentar ou com dificuldades nas contas.