Após 2021 desastroso, conseguirá o Magazine Luiza e as varejistas se salvarem?

Ascensão ou queda?

Em 2021, o maior vilão do setor varejista foi o cenário macroeconômico: alta inflação, desemprego, restrições e isolamento social 

Repórter: Bruno Galvão

O setor foi o mais prejudicado do ano, com Magalu, Via e Americanas entre as maiores quedas anuais do Ibovespa

O e-commerce foi visto como uma solução para diversas empresas de varejo, em especial durante o primeiro ano da pandemia

Mas, agora, a tendência já não mostra alterações gigantescas no setor e um avanço desenfreado de disrupção. Confira o que os especialistas têm a dizer sobre as tendências para 2022

O cenário para o   e-commerce em 2022 é promissor e a inclinação é continuar positivo, com alta penetração contra os canais físicos. De acordo com as projeções da TCP Partners, o setor terá crescimento médio anual em torno de 15% a/a pelos próximos cinco anos

Mas o primeiro trimestre deve ser negativo,  segundo o Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Consumo

Para o BTG,  devemos olhar a pressão inflacionária sobre a renda das famílias e a resiliência de segmentos beneficiados pelo auxílio emergencial; A consolidação entre os maiores/mais varejistas capitalizados

As ações das empresas ainda serão afetadas durante o ano, tanto negativa como positivamente. Rodrigo Crespi acredita que a precificação ainda tem espaço para cair mais, mesmo com quedas acentuadas vistas em 2021

Além disso, tem a concorrência internacional, principalmente a Shopee, pressionando as margens das nacionais

Por fim, há alguns setores do varejo que vão ficar cada vez mais atrativos em 2022. Em termos de e-commerce, o setor alimentar e os modelos de agregação e marketplaces regionais estarão em alta

O modelo atacarejo continuará como queridinho do mercado, que tende a ser mais “vencedor” do que hipermercados ou varejo normal, como  Pão de Açúcar (PCAR3) por causa da sua margem de repasse da inflação

Outro setor é o de vestuário. Conforme a maior recorrência, o consumidor costuma comprar roupas mais frequentemente quando comparado com produtos principais de e-commerce, como eletrodomésticos e eletroeletrônicos

“O setor de vestuário tende a ter maior resiliência, principalmente para público de renda mais alta”, diz o analista. Os destaques, na opinião dele, serão  Arezzo (ARZZ3),  Grupo Soma (SOMA3) e  Vivara (VIVA3)

Rodrigo Crespi também aponta que o quarto trimestre de Magazine Luiza deve vir fraco. Ele acredita que o primeiro e segundo trimestre de 2022 devem ser parecidos

“Enquanto não tivermos expectativa com inflação ancorada, a taxa de juros vai continuar pressionando bastante esse modelo de negócio. São empresas mais de crescimento e têm maior parte do seu valor no futuro, muito mais sensíveis a taxa de juros alta”, disse.