Oi (OIBR3) fecha em alta; Anatel adia decisão sobre venda dos ativos móveis

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) decidiu adiar a decisão sobre a venda da Oi Móvel para o consórcio composto por Tim (TIMS3), Vivo (VIVT3) e Claro para o dia 31 de janeiro. As ações da Oi chegaram a desabar na tarde desta sexta-feira (28). Mas os papéis se recuperaram depois da remarcação da Anatel e fecharam em alta.

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Por volta das 14h14, as ações da ordinárias da Oi (OIBR3) tinham queda de 5,94%, negociadas a R$ 0,95. Já as ações preferenciais (OIBR4) registravam queda de 4,24%, cotadas a R$ 1,58. No mês, com a expectativa de que a Anatel aprovasse a venda da Oi Móvel, a OIBR3 acumulou alta de 25% e a OIBR4 alta de 21,88%.

No fechamento OIBR4 subiu 0,61%, a R$ 1,66. OIBR3 avançou 2,97%, negociado a R$ 1,04.

A Anatel marcou uma reunião extraordinária na segunda e incluiu em pauta o processo de anuência prévia ao pedido da Claro, Telefônica (dona da Vivo) e TIM para a operação de venda de ativos móveis da Oi, segregados em Unidade Produtiva Isolada (UPI). Nesta sexta-feira, 28, o conselheiro Emmanoel Campelo votou para dar aval ao procedimento, acompanhado, por sua vez, de condicionantes e compromissos a serem assumidos.

O julgamento do caso, no entanto, foi suspenso após um pedido de vista (mais tempo de análise) do conselheiro Vicente Bandeira de Aquino Neto.

A expectativa era de que o caso fosse retomado no dia 10 de fevereiro, quando ocorre a primeira sessão ordinária da Anatel em 2022. Mas agora foi antecipado com a convocação dessa nova reunião extraordinária.

Aquino pediu vistas da matéria após a apresentação do voto do conselheiro relator da matéria, Emmanoel Campelo, que se manifestou a favor da aprovação da operação, com a adoção de diferentes “remédios”, para mitigar os riscos de concentração no mercado e proteger a opção dos clientes.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) também recomendou a aprovação da venda da Oi Móvel pela operadoras Tim, Claro e Vivo com a adoção de remédios negociados entre as empresas.

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Venda da Oi Móvel

A venda da Oi Móvel para as concorrentes foi acertada em dezembro de 2020, em leilão dentro do processo de recuperação judicial da Oi. O valor da venda foi de R$ 16,5 bilhões, e os recursos serão usados para reduzir a dívida da tele.

O aval do autarquia é de extrema importância para a companhia, tendo em vista seu plano de recuperação judicial.

Considerando que em junho de 2021 a dívida bruta da Oi era de R$ 29,1 bilhões e que o total arrecadado pela empresa na alienação das Unidades Produtivas Isoladas (UPIs) totalizaria cerca de R$ 30,8 bilhões.

A Oi encontra-se num processo de recuperação judicial desde 2016 devido a sua situação financeira na época. Após o aditamento da RJ em outubro de 2020, a tele formou 5 UPIs que nada mais são do que divisões de parte dos ativos da empresa de forma a facilitar suas vendas.

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Oi diz não saber motivos para oscilações atípicas em ações em janeiro

A operadora de telefonia Oi disse desconhecer os motivos que levaram a oscilações atípicas de suas ações na B3 entre os dias 14 e 27 de janeiro deste ano. Em comunicado para a Comissão de Valores Imobiliários (CVM), a empresa pondera que as expectativas dos investidores em relação às aprovações necessárias à conclusão das operações de alienação da Oi Móvel pelo Cade e pela Anatel podem ter contribuído. No entanto, a operadora reitera que as aprovações regulatórias ainda não ocorreram.

As ações da companhia tiveram um saldo desde 14 de janeiro. Os papéis foram de 70 centavos para R$ 1,01. Porém, as ações da empresa mostraram queda nesta sexta-feira, após pedidos de vista da Anatel sobre a venda da unidade móvel para Claro, Tim e Vivo.

No documento enviado à CVM, a companhia também reafirma o compromisso de manter os acionistas e o mercado informados a respeito dos aspectos relevantes de seus negócios e reforça que os investidores devem se orientar somente pelas divulgações oficiais.

A Oi reportou dívida líquida de R$ 25,69 bilhões no segundo trimestre de 2021. Até o ano de 2024, a empresa projeta dívida de R$ 14 bilhões, 6,6 vezes o seu Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização).

Com Estadão Conteúdo

Poliana Santos

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